10 de dezembro de 2010

Um vulto altaneiro,


encapuzado, deslizava em sua direção, flutuando sobre o solo, sem pés nem rosto visíveis sob as vestes, sugando a noite à medida que se aproximava.
Cambaleando para trás, o garoto ergueu a varinha.
        - Expecto patronum!
Um fiapo de fumaça prateada disparou da ponta da varinha e o dementador retardou o passo, mas o feitiço não funcionara direito; tropeçando nos próprios pés, Harry recuou mais, à medida que o dementador avançava para ele e o pânico anuviava seu cérebro - concentre...
Um par de mãos cinza, sarnentas e viscosas se estendeu para ele. Um ruído crescente invadiu seus ouvidos.
        - Expecto patronum!
Sua voz soou abafada e distante. Outro fiapo de fumaça prateada mais tênue que o anterior saiu da varinha - não conseguiu mais do que isso, não conseguiu realizar o feitiço.
Harry ouviu uma risada em sua mente, uma risada desagradável e aguda... sentiu o cheiro podre do dementador, um frio letal encheu seus pulmões, afogando-o - pense... alguma coisa alegre...
Mas não havia felicidade nele... os dedos enregelados do dementador começaram a se aproximar de sua garganta - a risada aguda tornou-se cada vez mais alta e uma voz falou em sua mente:

"Curve-se para a morte, Harry... talvez ela seja indolor... eu não saberia dizer... Nunca morri..."



                                                             [Harry Potter e a Ordem da Fênix (J.K. Rowling), pág. 20]

Nenhum comentário:

Postar um comentário