23 de abril de 2011

Harry encostou a ponta da pena no pergaminho e escreveu:

       Não devo contar mentiras.
       E soltou uma exclamaçãode dor. As palavras apareceram no pergaminho em tinta brilhante e vermelha. Ao mesmo tempo, elas se replicaram nas costas de sua mão direita, gravadas na pele como se tivessem sido riscadas por um bisturi - contudo, mesmo enquanto observava o corte brilhante, a pele tornou a fechar, deixando o lugar um pouco mais vermelho que antes, mas, de outra forma, inteiro.
       Harry virou a cabeça para olhar Umbridge. Ela o observava, a boca rasgada e bufonídea distendida em um sorriso.
       - Pois não?
       - Nada - disse Harry em voz baixa.
       Ele tornou a voltar sua atenção para o pergaminho, tocou-o com a pena, escreveu Não devo contar mentiras, e sentiu a ardência nas costas da mão pela segunda vez; e de novo as palavras cortaram sua pele; e, de novo, sararam segundos depois.
       E assim a tarefa prosseguiu. Repetidamente Harry escreveu as palavras no pergaminho, não com tinta, como logo veio a perceber, mas com o próprio sangue. E sucessivamente as palavras eram gravadas nas costas de sua mão, fechavam e reapareciam da próxima vez que ele tocava o pergaminho com a pena.






                                                    [Livro: Harry Potter e a Ordem da Fênix (J.K.Rowling), pág 220]

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